segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Capitulo 3 - Broken Glass (Vidro quebrado)

Mesmo depois de seu primeiro dia e de sua primeira noite na mansão de sua falecida avó, Lúcio, ainda não conseguia dormir, talvez por causa do ar gélido que a sua janela permitia entrar. Ele estava pensando na Clair, queria ouvir sua música novamente. Ele se levantou da cama, pensou em ir para a cozinha, beber alguma coisa.

Ele andou pelo longo e largo corredor de carpete avermelhado. Um pouco sonolento, se sentou na cadeira da cozinha, seus olhos estavam pesados, a cada piscada que ele dava, ele tinha vontade de fechar seus olhos e adormecer. Aos poucos não resistindo mais, ele acabou perdendo a consciência.

Algumas horas depois, um pouco antes do sol nascer, a porta da cozinha se abriu. Clair tinha acabado de chegar, ela estava usando um casaco muito gracioso, os botões tinham o formato de lacinhos, ela usava o capuz do casaco.

Ela levou um susto quando viu o jovem homem adormecido, com a cabeça na mesa. Abaixando o capuz, ela se aproximou dele com passos silenciosos, e analisando a sua expressão percebera que ele deveria estar tendo um belo sonho, pois estava com um sorriso bobo estampado em seu rosto.

Ela gentilmente pôs a mão em seu ombro, e lhe deu uma sacudida de leve. Isso foi o suficiente para ele acordar assustado. Ele estava com um rosto muito engraçado, o seu cabelo, que já era bagunçado, estava mais bagunçado do que o comum, nem Clair sabia que isso era possível
Ela escondeu um riso com a mão cobrindo seus lábios delicados.

- O senhor está bem? - Ela perguntou.

Ainda se orientando ele assentiu com a cabeça.

- Não conseguiu dormir hoje? - Perguntou Clair, sentando-se na sua frente, e completou – Nunca esperei que o senhor fosse desmaiar com a cabeça na mesa, na verdade eu esperava que isso acontecesse com o Meiryu.

- Quem? - Ele perguntou, esfregando a testa, onde estava vermelho.

- O homem musculoso que o senhor conheceu ontem – Ela disse.

Sua memória começou a vagar por todos os rostos que ele vira ontem. E ele se lembrou do homem bronzeado e musculoso de ontem, no jardim. Mas ele não era importante para ele, uma outra pergunta se formara em sua cabeça.

- Clair, para onde você foi?

- Eu fui visitar a minha família – Ela respondeu. - Eu vou visitá-la uma vez por semana.

- Hum... - Ele disse – De fato o pai e a mãe são importantes.

Ele se lembrou de sua infância com sua mãe e seu pai, uma infância feliz.

- Pai e mãe? - Ela perguntou – Não era bem a isso que eu me referia.

- Sua família não são seus pais?

Ela ficou pensativa.

- Sim de fatos eles são minha família, mais não era bem à eles que eu me referia. Eles me abandonaram já faz quase um ano. - Lúcio ficou paralisado – Sou somente eu e a minha irmã, e ela estuda em um colégio interno. Toda a semana eu vou visitá-la lá. - Clair deu um sorriso.

- Então era para isso que você precisava de dinheiro?Para pagar o colégio? - Ele perguntou.

Ela assentiu com a cabeça, com o seu famoso “sorriso de boneca” estampado no rosto. Ela olhou pela janela, o tom rosado do céu estava se tornando alaranjado.

- Eu não sei como a vovó conseguia dormir naquele quarto – Ele disse, mudando de assunto - Aquele vidro me tira do sério.

Ela continuou pensando. E então ainda perdida em pensamentos disse:

- Sua avó – quero dizer – a senhora Charllote, desde que comprou a casa gostava daquele vidro em seu quarto. Nós nos oferecemos várias vezes para trocá-lo, mas ela sempre recusava. Um dia eu descobri o porquê, ela me disse que havia perdido um filho uma vez. Ela gostava quando o ar gélido da noite entrava por lá, ela me disse que isso a fazia sentir que seu filho estava com ela, sempre, ela disse que quando o ar a envolvia, parecia que seu filho estava abraçando-a.

Lúcio pensou um pouco sobre o que Clair lhe disse, ele ficou em silêncio durante um longo tempo, a cada palavra que Clair pronunciou o seu sorriso foi se desfazendo.

Uma atmosfera pesada se formou na cozinha, mas Lúcio sentiu que ele podia entender um pouco mais a Clair. E então Clair colocou de novo o seu “sorriso de boneca” e disse:

- O que o senhor vai querer para o café da manhã?
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OBS: Muito obrigada Seven.Light, por me ensinar a usar o marcador, ficou mais organizado. E leia a minha istória, por favor. ;)

domingo, 13 de setembro de 2009

Capitulo 2 - The girl is amazing (A garota é incrível)

O dia estava bom, o sol saíra e iluminara a grama verde do jardim da falecida senhora Charllote. As rosas brancas que ela plantara quando moça, estavam florescendo naquele dia perfeito.

Enquanto isso, Lúcio procurava de um canto para o outro, a senhorita Fontaine, e a mesma desfrutava desse belo dia em quanto cuidava das flores do jardim. Somente quanto o rapaz olhou para a janela do escritório ele encontrou-a. Bom, na verdade ele viu apenas os seus reconhecíveis cachos negros, que estavam presos em um rabo-de-cavalo.

O energético senhor Lúcio Blanchett desceu as escadas freneticamente desviando de todos os empregados. Quando ele chegou no jardim, a jovem garota, Clair, regava as flores enquanto entoava uma canção com a mesma melodia da cantiga de ninar francesa, porém desta vez era em inglês.

Ela abriu os seus lábios cheios e perfeitos e então entoou:


“I'll be waiting for you, instead promised where roses do not wilt, where our dreams do not end.”

Seu olhar encontrou o dele, e então ela parou de cantar e deu um sorriso amigável. Ele se aproximou dela retribuindo o seu sorriso. Ela se levantou e limpou o seu vestido, e então disse amigavelmente:

- Espero que o senhor tenha tido bons sonhos, Senhor Blanchett.

- Sim, eu tive ótimos sonhos graças a você, Clair – Disse Lúcio.

Ela deu uma breve assentida com a cabeça. Isso significava que ela ia se retirar, mas ele não queria que a sua conversa terminasse ali. E então disse:

- Como foi que você conheceu a minha avó?

- Senhor, desculpe-me, mas não creio que isso seja de suma importância – Ela disse educadamente.

- Somente estou curioso – Disse o rapaz.

Ela parou de andar e fitou a vasilha vazia em sua mão. Pensativa, ela disse:

- Bem, a Senhora Charlotte era uma mulher muito boa comigo, eu precisava de dinheiro e ela me deu o emprego – Ela resumiu.

Ela voltou a andar em direção a mansão. E Lúcio tentou alcançá-la.

- Para quê você precisava de dinheiro? – Perguntou ele.

Ela o fitou, mas permaneceu calada.

- Eu não irei dizer – Disse ela.

Seu tom era provocante, como se fosse um segredo, mas ao mesmo tempo era doce e feliz, lembrou-o de uma criancinha. Ela deu uns risinhos, somente para provoca-lo. Ficou apenas fitando-a enquanto ela se afastava, entrando no corredor com grandes arcos. Quando ela andava, parecia que ela flutuava nas nuvens, eram passos rápidos e graciosos.

O rapaz ficou sem ar, ao vê-la se afastar com tanta graça.

- Não ligue muito para ela – Disse um empregado – Ela só está querendo guardar algum assunto para conversar mais tarde.

O homem olhou para ele. Era um homem cheio de músculo, de pele bronzeada e de cabelos negros. Seus olhos eram de cor castanho cor-de-mel. Ele deu um sorriso.

- Ela fez o mesmo comigo, mas é melhor o senhor perder as esperanças, ela não tem interesse em homens no momento. Ela não namora – Ele disse decepcionado.

- Hum... - Disse Lúcio – E você é...?

- Sou Meiryo, senhor – Ele respondeu imediatamente.

Lúcio pôs a mão no ombro de Meiryo e então disse:

- Agradeço a sua dica, mais eu também não estou interessado em garotas no momento.

E Lúcio se afastou rindo, por algum motivo que nem ele sabia qual era. Ele não sabia se era por que um homem forte e másculo como Meiryo havia sido rejeitado, ou se era por que ele tinha um pouco de medo de ser rejeitado também.

Mesmo assim, ele sentia que Clair era alguém especial, e não queria deixá-la escapar tão rápido.

Capitulo 1 - Just a dream

O vento soprava pelos pequenos buracos no telhado e pelas janelas quebradas. Fazia um som assustador e sombrio, como o uivo de um lobo. Naquela noite o jovem Lúcio se revirava na cama com aqueles sons que lhe faziam sentir um arrepio na espinha. Ele sentia a presença de alguém em seu quarto. Um cheiro tremendamente atraente e envolvente estava lá.

O jovem sentou-se na cama, como se um alfinete lhe espetasse nas costas, e olhou ao redor de seu quarto. E achou a pessoa do cheiro envolvente.

- Desculpe-me senhor – Disse a garota – Não era a minha intenção acordá-lo.

Sua voz era doce, gentil e musical. Ela tinha o rosto de uma boneca de porcelana e era tão branca quanto. Seus olhos eram azuis brilhantes, como duas safiras. Seus lábios eram cheios, suas sobrancelhas e seu nariz eram delicados. Seus cabelos eram negros e cheios de cachinhos. De fato o garoto parecia estar de frente para uma boneca.

- Posso ajudá-la senhorita? - Perguntou Lúcio.

- Na verdade não, mas é que os seus seguranças estão muitos alarmados, parece que tentaram invadir o seu quarto, novamente – Seu tom era preocupado – Mandaram-me aqui para ver se o senhor está bem.

- Eu estou ótimo, obrigado – Disse o rapaz.

- Tudo bem então – Disse a moça – Boa noite senhor.

- Espere – Lúcio disse – Eu não me lembro de ter lhe visto aqui na velha mansão de minha avó – Ele disse.

- Ah, é que eu fui a última empregada que ela contratou, um pouco antes de morrer. E o senhor só veio morar aqui hoje, então... - Ele a interrompeu.

- Está bem, já entendi. Pode se retirar.

- Com sua licença – Disse a moça.

A garota fez uma breve reverência e então ia sair de seu quarto. Mas então Lúcio disse:

- Espere mais um pouco.

Antes de se virar para ele, a garota revirou os olhos, e então o olhou.

- Deseja mais alguma coisa – Disse ela, sem desmanchar o seu sorriso angelical.

- Você conhece alguma canção de ninar? - Ele perguntou.

- Desculpe? - A garota não entendeu.

- Uma canção, para me ajudar a dormir, eu não consigo dormir com esse barulho todo aqui. -
Disse ele.

Ela ficou calada por um tempo e então disse:

- Desculpe-me mais não conheço muitas músicas.

- Cante qualquer uma que seja lenta – Ele disse. Isso soou tão apelativo.

No fim, a jovem empregada de uns dezoito anos, cantou uma canção de ninar em francês. E era interessante o como ela falava a língua com perfeição. Sua voz delicada entrou em seus ouvidos como a bela voz de um anjo, como se ele estivesse chegado ao paraíso.

- Qual é o seu nome? - Ele perguntou sonolento.

Ele estava com a cabeça no colo da bela garota e fazendo um carinho no cabelo dele respondeu:

- Clair Fontaine.

Ela continuou a cantar.

Lúcio ficou entorpecido com a voz da moça, sentiu ir perdendo a consciência lentamente. E começou a sonhar, ele estava em um lugar lindo, parecia um antigo templo grego, era branco com colunas altas. Lá dentro, sua falecida avó lhe oferecia a mão, chamando-o para ir com ela. Lúcio deu um paço para frente. Demorou a perceber que estavam segurando o seu braço.

- Desculpe-me senhor, não posso deixar você ir! Não desse jeito! - A empregada Clair, puxava-o
pelo braço para o lado oposto.

Lúcio, sempre acreditou em significado dos sonhos. Ele que sempre teve dificuldade com a morte da avó, entendia que tinha que deixá-la seguir o seu próprio caminho, rumo ao Paraíso.

- Desculpe minha querida avó, dessa vez não vou com você – Disse ele indo com Clair.

Quando ele acordou, a garota não estava mais com ele, e já era de manhã.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Deviant

Por favor entrem em ai-kuroyama.deviantart.com eu preciso disso!!! Isso é muito importante para mim.

--- Capitulo 1 ---

Eu vagava nas ruas escuras, úmidas e quase desertas da cidade. Sem casa, sem rumo e sem destino, percebi que era a única coisa que eu poderia fazer por mim mesma. Eu era apenas um demônio, com uma insaciável sede de sangue, que controlava o corpo de alguém que morrera. Aquele alguém não era eu. Eu não era mais Crisnelle Fontaine, agora eu apenas era uma marionete que estava destinada a vagar por este mundo perdido. Esse podia ser meu nome, podia ser meu cabelo, podia até ser meu rosto e ter um cheiro parecido com o meu antigo. Porém eu sabia que não era mais eu.

Estou apenas destinada a seguir meu criador, o quem me amaldiçoara. Meu “mestre”, Willham, sempre dissera que isso era uma bênção, ficar bonita e viver para sempre. Porém algo me preocupa, até quando é para sempre? Até quando a minha cede insaciável irá acabar junto com minha tortura, minha dor e minha agonia?

Ao seu lado, eu tentava acompanhar o seu ritmo, mas não conseguia. Ele tinha pernas muitos longas e dava passos largos, parecia que ele queria correr. Pelo fato de ainda ter algumas pessoas na rua, eu não podia usar a minha agilidade. Mas minhas pernas de dezoito anos não conseguiam acompanhar as suas de trinta e cinco, isso me fez lembrar que quando ele me transformou, pensou que eu tinha vinte e um anos.

Me assustei quando ele parou bruscamente na minha frente, isso não era um bom sinal.

- Já vai amanhecer, devemos voltar para “casa” - Disse ele dando meia volta.

Enquanto retornávamos para a casa que nós alugamos, olhava ao redor. Os clubes ainda estavam cheios, com suas músicas excessivamente altas e com um bando de jovens dançando e conversando, ah quem me dera se eu tivesse aproveitado minha vida desse jeito. Como uma jovem garota humana que não queria saber de nada a não ser virar a noite dançando.
Eu passava entre as poucas pessoas da rua, seus cheiros não me incomodavam mais, eu estava tão cheia de sangue que sentia que eu ia vomitar-lo, claro que isso era impossível. Mesmo assim, ao pensar em pôr as minhas... hum, “presas” em suas jugulares, cheias de sangue quente, eu me sinto tão...

É difícil ser vampiro, se as pessoas acham que você escolhe quem você deixa vivo ou quem você mata, estão enganadas. Para você todos são comida, eu aprendi isso do modo mais duro possível, eu matei meu próprio irmão. Quando se está sedento por sangue... você não pensa, você apenas reage e quando você menos percebe, está traçando um destino cheio de derramamento de sangue, onde as pessoas são todas suas presas e você é um feroz lobo.
Será loucura minha compararmos com lobos? Nossos maiores inimigos? Os famosos “lupinos” os quais eu nunca me encontrei, eu não sei, porém eu sei que esse destino eu não desejo para nenhum humano, porque é o destino mais doloso que alguém pode traçar.
Eu queria ter tido uma escolha, a escolha que eu nunca tive, porém, se aparecesse um homem dizendo que me oferece a imortalidade e a beleza eterna, eu provavelmente teria aceitado sem me preocupar com o ônus. Mas, isso é porque eu e todos os outros adolescentes ou jovens adultos não pensamos em riscos, para nós tudo acontece com os outros e nunca com nós mesmos. E agora nesse meu estado, realmente não irá acontecer nada comigo, afinal estou forte, rápida e sou imortal.

Além do mais, tem que ficar se controlando, pois quando se é um vampiro, seus hormônios são terríveis, você fica com vontade de ter relações sexuais com qualquer pessoa, e você tem que se controlar, os vampiros se destraem facilmente, a maioria neles só pensão em sexo, sexo e sexo.

Percebi que eu estava me afastando de mas do mestre de cabelos loiros. Eu voltei a me aproximar dele e dessa vez agarrei seu braço.

- O que foi? - Perguntou o mestre.

- Você anda muito rápido, é melhor que eu fique lhe segurando para ter certeza que eu não vou me afastar muito de você – Eu cuspi as palavras atropelando-as.

Ele me olhou cético.

- Você tem medo de se perder, nós já viemos à essa cidade três vezes e você ainda não a decorou? - Disse ele.

- Nessa rua... - Comecei eu – Foi onde nos vimos pela primeira vez, mestre. Não trago boas recordações, apenas a recordo-me da neve, do frio e de seus olhos extremamente negros me olhando como se fosse me devorar, o que realmente aconteceu. – Contra-ataquei.
Ele me olhou durante um tempo, deu de ombro e disse:

- Tuchê.

O resto do caminho foi longo. Quando chegamos à nossa casa alugada faltava meia hora para amanhecer. Seu estilo antigo mais charmoso me agradava, era como estar em casa. Já estávamos morando aqui durante seis meses. Coloquei a minha bolsa em cima do sofá e fui para o meu caixão.

Estava me sentindo incrivelmente exausta. A única coisa que vinha a minha mente, era o meu caixão adornado por fora e acolchoado por dentro.

domingo, 16 de agosto de 2009

PtC - Traição (Parte 2)

Anoiteceu e os dois Lordes não chegavam, a princesa começou a sentir seu coração apertar-se a cada hora, minuto e segundos que se passava. Temia que o pior acontecesse. Ela chegou a rezar para todos os deuses que ela conhecia.

Ela ainda estava sentada na escada de mármore do lado de fora do templo, estava frio mais ela não se importou, ela começou a se repreender por se aproximar de mais do Matthew, talvez porque eles eram da mesma idade e ele não era mais um lorde velho no templo.

Sir Marllet que por lá passava, se surpreendera pelo fato de a princesa está do lado de fora, naquele frio que fazia por lá.

- Princesa. O que fazes aqui, neste frio? - Perguntou o homem.

- Ah, Sir Marllet, por acaso o Sir Matthew não chegou ainda? - A moça perguntou.

- Ainda não, senhorita. - Respondeu ele – Aproposito há uma coisa que está me incomodando princesa, por que a senhorita não está com o seu colar hoje? - Perguntou o Sir.

Ela tocou no pescoço, de fato ela não estava com o colar. Ela pensou que ela poderia ter acabado esquecendo de colocar o colar quando ela acordara.

- Acho que esqueci de colocá-lo – Respondeu ela incerta.

- Bem, esse colar é a chave para abrir o cofre, é melhor você não tirar o olho dele – Disse o Sir Marllet.

- Vou procurá-lo agora mesmo – Disse ela se levantando.

Ela pensou que talvez fosse a melhor maneira de não se preocupar muito e não perceber o tempo passar. Sir Marllet a acompanhou até a porta do seu quarto e ficou de prontidão na frente. Ela começou a procurar em todos os lugares possíveis em seu quarto. Mais não achou. Ela começou a virar tudo e tudo virou uma bagunça, mais nada.

- Sir Marllet! - Gritou ela.

O lorde não entrou em seu quarto, e então ela gritou novamente e ele não entrou. Ela olhou para a porta e viu um liquido vermelho e pegajoso na fresta. Ela sentiu o medo tomar conta de seu corpo. Exitante e com a mão trêmula, ela abriu a porta.

Sir Marllet estava jogado no chão, ele estava pálido e frio. Estava morto, deitado em cima de uma poça de sangue. A jovem gritou de pavor.

Akira apareceu ao seu lado, soltando um barulho estranho. Ela pegou o mascote e saiu correndo do templo. Do lado de fora do templo, de frente para a trilha da floresta ouviu passos atrás de si.
Sentiu novamente o pavor tomar conta dela. Ela acariciou o cristal roxo na testa de Akira e ele mostrou-a o que acontecera com o Sir Marllet. O Akira é como uma câmera de segurança.

Vendo o que acontecera, ela sentiu o seu medo passar, os passos continuaram de vagar. Ela já sabia quem havia feito tudo isso, ela já não tinha mais medo. Ela não se virou, sentiu a espada de aço do lorde encostar em seu pescoço.

- Onde está a orb das sombras? - O lorde perguntou.

- Ela sempre esteve comigo, porém, por mais que você me reviste ou me corte em pedaços nunca será capaz de encontrá-la. A orb, só pode ser achada pela pessoa que ela foi designada, as pessoas nascem com elas e morrem com elas. Se você me matar, irá destruí-la automaticamente - Ela disse com superioridade e sem medo.

O lorde falou uma palavra muito feia. Xingou-a e também xingou a rainha.

Ela não ficou com raiva. Dos seus lábios rosados, saiu apenas uma pergunta.

- Matthew... você me promete que um dia, você me dirá o motivo de sua traição?

- É claro... “Princesa”.

E ele a golpeou com o cabo da espada.
Ela não gostou desse tom sarcástico que ele usou para responder a sua pergunta, mais ela não pode questioná-lo. Afinal ela caíra no chão inconsciente.

PtC - Traidor (parte 1)

Nicolly, acariciava os pelos lisos do focinho de seu companheiro, Akira, até ele cochilar em seu colo. Seu amigo que lhe observava a distância, encostado em uma das colunas do templo de Érebos, apenas observava a jovem a uma distância distante e perto o suficiente para protegê-la de qualquer coisa ameaçadora ou suspeita. Nicolly e seu amigo protetor, Matthew, sempre se deram muito bem, em compensação ele e a Akira não se davam tão bem assim.

O garoto de cabelos negros e bagunçados enfim perguntou:

- Aquela coisa já dormiu?

Nicolly virou-se para Matthew e mostrou que Akira enfim dormira, depois de muito espernear e de se revirar em seu colo. Matthew se aproximou dela calmamente, mesmo assim continuou em uma distância segura. A jovem fechou a cara para ele.

- O que eu fiz? - Perguntou Matthew confuso.

- Por que você trata ele desse jeito? - Perguntou ela.

- Ele sempre late, ou rorona ou rosna, seja lá o som que ele emita, quando eu estou por perto. É ele que não gosta de mim, e não o oposto – Defendeu-se.

Ela virou-se para uma empregada que estava por lá, colocou-o suavemente nos braços dela.

Então ordenou:

- Coloque-o em sua cama, e não o acordem.

A mulher assentiu com a cabeça e entrou no templo. Novamente Nicolly virou-se para o seu amigo e então disse:

- Isso não é um bom sinal. Ele tem andado muito alerta e estressado esses dias. Se ele continuar desse jeito, não durará até a próxima geração.

- Bem... - Matthew começou devagar – Ele já viveu por mil anos, acho que ele sobreviverá por mais uns mil - Brincou o rapaz.

Nicolly deu um suspiro e então disse:

- Espero que nossos Deuses lhe escutem, meu caro Matthew. Nós temos que nos preocupar com os outros cristais, não podemos deixar que os Jyers encostem neles. Isso comprometerá todo o nosso reino.

- É para isso que eu estou aqui, não é? - Disse ele, em uma tentativa mal sucedida de animá-la.

- Não importa quantos homens estejam dispostos a morrer, lutar ou matar por mim. Estou apenas preocupada com o que pode vir a acontecer – Disse ela melancólica.

- Fique preocupada o quanto quiser, mais saiba que está se preocupando com algo que nunca virá a acontecer. Assim você me ofende, duvidando de mim... e do juramento que eu fiz para proteger isso até o fim de minha vida, lembra-se? Você também fez o mesmo juramento, mais de maneira diferente. Ao contrário de mim, você não teve a sua escolha, você foi obrigada a fazer algo que você nunca quis. - Disse ele – Me lembro que sempre quando eu fazia o turno da noite, no templo, eu sempre passava em frente ao seu quarto, e você sempre chorava silenciosamente e falava coisas horríveis. Ainda bem que a senhorita passou dessa fase.

Ela deu de ombro, não queria pensar naquela cena deplorável em que ela ficara se lamentando, essa idéia não lhe agradara, e a idéia de ter sido vista não lhe era conveniente. Uma princesa sendo vista chorando, se sua mãe ou seu pai soubesse disso, provavelmente lhe brigariam e lhe diriam que isso, fez-a perder toda a sua dignidade.

- Eu não contei para eles, para não prejudicá-la, senhorita – Disse ele, ainda olhando-o.

Sua voz tomara um tom mais aveludada e mansa, provavelmente percebera que esse assunto não lhe agradara muito.

- Desculpe-me, princesa, acho que estou intrometendo-me de mais em vossa vida – Disse ele fazendo uma reverência

Ele sentiu uma dor aguda em sua cabeça e se sentou no chão. Pressionou a cabeça com força com os dois braços enquanto soltava alguns gemidos baixos.

- Sir Matthew, você está bem? - Perguntou a princesa, ajoelhando-se ao seu lado.

- Senhorita Nicolly, por favor... - Ele sussurrou pôs suas mãos grossas no ombro dela e olhou-a nos olhos – Peça para o Sir Marllet protegê-la essa tarde, para que eu possa ir ao médico, estou muito mal.

- Claro que pedirei – Ela disse – Quer que eu o ajude a se levantar?

- Não se ofenda princesa, mas isso seria muito humilhante... para um lorde como eu – Ele disse – Seria mais fácil se o Sir Malgun viesse comigo.

A garota sentiu-se ofendida mais então entendeu, seria muito humilhante se um Lorde fosse visto cambaleando apoiada em uma princesa de aparência frágil e inútil como ela. Então ela pediu para uma empregada chamar o Sir Malgun, para que ele o acompanhasse até o hospital...